Já basta de minhas mazelas por conta dos efeitos do alcoolismo! Dessas procuro me recuperar há anos não só com a frequência semanal em reuniões, mas também através da prestação de serviço em diferentes setores do Al-Anon.
Enquanto não consigo visitar os amigos, estar com os parentes em comemorações ou sempre que dá vontade, porque estamos seguindo as orientações das autoridades sanitárias, há que manter corpo e mente em atividade para garantir a sanidade!
As caminhadas pelo bairro ou até um pouco mais longe, desenferrujam as pernas, e deleitam os olhos observando a natureza. Encontro um ou outro conhecido, aceno e sigo no trajeto, bem disfarçada atrás da máscara.
Afazeres de casa não são suficientes para ocupar o resto do dia – até porque são muito monótonos. Mas a tecnologia está a meu favor e tem encurtado as distâncias. Não tem faltado reunião online e conversas com amigas.
E numa dessas, devagar, devagarinho, eu e mais duas amigas de outra cidade, começamos estudando em grupo Os Conceitos de Serviço, no B-24 Os Caminhos para a Recuperação; depois, aventuramo-nos pelo B-31 Uma História contada por muitas vozes, pensando que seria o suficiente para acabar com o tédio e a pandemia! Acabou o livro, o isolamento social persiste, e resolvemos ter uma nova perspectiva sobre o B-15 ...em todas as nossas atividades: tirando proveito das crises.
Claro que gostaria de correr para o abraço dos que estão afastados! Mas tenho os Passos me lembram de minha impotência, que não tenho controle de coisa alguma, e que preciso entregar a situação nas mãos do Poder Superior. O que me cabe é fazer um inventário dos meus atos perante esta situação, e depois de admitir as minhas falhas, com a ajuda do Poder Superior, seguir em frente procurando ter atitudes que favoreçam o bem-estar comum. Não têm faltado preces e meditações, diariamente.
O contato com o Poder Superior está em alta! E Ele tem mostrado onde eu posso continuar prestando serviço para intensificar a minha recuperação.
Por ora, só lamento meu mal estar com o calor intenso – e isso sempre foi assim! -, mas sigo procurando ocupar a mente com as coisas que gosto de fazer e onde são necessárias. E já definimos qual será a próxima peça a estudar: “Quando prestei serviço me senti melhor”...
Anônimo
